Precisava fazer o release sobre uma ação que ia acontecer em uma escola.
Liguei para a coordenadora da atividade, que é consultora na insituição onde faço a assessoria e "bam-bam-bam" em um monte de coisas.
"Você viu o programa?". Eu não tinha lido. "Leia e, se tiver alguma dúvida, me ligue"
Detalhe 1, para ser fiel - foram cinco tentativas em dois dias, até conseguir falar com ela. Mas tudo bem, desencontros acontecem.
Detalhe 2, para ser fiel - ela falou em um tom muito ríspido. Mas tudo bem, ninguém é obrigado a ser simpático (nem mesmo quem trabalha em organizações sociais que querem tornar este mundo um lugar melhor), e ela poderia estar em um mal momento.
Li o programa algumas vezes, fiz umas anotações e tornei a ligar, apenas para pegar umas aspas.
"A senhora poderia fazer um comentário sobre este conceito, que aparece na pág. 4 do programa.
"Como assim? Você não sabe o que significa isso?!"
(Respiro fundo.)
"Sim, eu compreendo o que significa. Mas, para escrever um texto de divulgação, eu preciso da sua explicação, que deve estar entre aspas... "
(Controlando a raiva de estar explicando o óbvio)
"Minha filha, leia o programa de novo. Leia uma vez, duas, três, até entender. Foi eu que escrevi o programa, então pode colocar tudo entre aspas".
Detalhe 3, para ser fiel - o tal programa está datado de 1995. Quer dizer, ela vai fazer a mesma coisa que fez há mais de dez anos?
Detalhe 4, para ser fiel - tentei fazer outras questões, no tom mais amável possível. Coisas do tipo: "a senhora poderia então me dar pelo menos uns exemplos?". Nada deu certo.
"Está bem. Muito obrigada, viu?". (Tentando controlar a ironia, mas não sei se tive sucesso)
Fim da ligação.
Agora, a auto-avaliação: eu realmente me incomodo quando me tratam como se eu fosse limitada intelectualmente. Talvez seja a coisa que mais me ofenda, e eu gostaria muito de entender o porquê.
Pelo menos no nível da consciência, não tenho nenhuma dúvida sobre a minha capacidade intelectual. Talvez a sensação de ofensa venha do fato de ser esta a característica com a qual eu mais me identifico e que me dá mais prazer - ser chamada de "feia" não me agride tanto quanto ser chamada de "burra".
Deve ser o ego. Mas, como eu acredito na Lei da Atração (hahaha!), vejo sentido em tudo. E acredito ter atraído este evento, para ter mais esta chance de pensar em mim e na minha vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário