domingo, 27 de setembro de 2009

Com crise se cresce, diz o dito popular. E não é que é verdade? Pelo menos pra mim. Com crise eu cresci.

O primeiro sangramento veio acompanhado da primeira enxaqueca. Dor absurda, vômito, um pesadelo. O alívio só veio com o analgésico e, quase vinte anos de abuso de analgésicos depois, eu tinha o que os médicos chamam de cefaléia diária crônica. Em linguagem dos mortais: dor todo santo dia.

O auge da crise foi a hospitalização. Louca de dor, acabei indo parar em uma emergência médica. A bomba analgésica não foi suficiente: horas depois de voltar pra casa, a dor retornou tão forte quanto antes.

E foi naquele momento, na horinha mesma em que a dor voltou, que a crise deu seu fruto. Não me perguntem o que aconteceu. Só sei que hoje fazem doze dias e, de lá pra cá, eu tenho feito coisas que nunca tinha feito antes, embora sempre tenha sentido vontade.

Estou aqui, me expondo neste blog, que estava desatualizado há meses. Comecei a me exercitar na academia. Comprei um sapato com um salto enorme. Fui à igreja. Comecei a investir tempo em um projeto pessoal antigo, aquele que sempre quis fazer mas nunca encontrava tempo.

São coisas simples. Chega a ser simplório. Mas são coisas que eu tinha vontade. São as minhas vontades. Então, sou eu.

4 comentários:

Ilmaralina disse...

Confessional e simples, mas verdadeiro! Amei teu texto Nandinha! Saudades!

Rodolfo S. Filho disse...

Sendo prático: você já experimentou carbamazepina? Fale com seu médico.

Sofro de neuropatia e ela ajuda bastante.

Muadiê Maria disse...

então, viva!
go on...

Carol Garcia disse...

Nanda, companheira de enxaquecas! A minha nunca foi tão forte mas é claro que me identifico muito com esse 'tema' (lembrando o texto de cima!rs). que bom que a crise lhe fez crescer, melhor ainda você voltar a escrever aqui e se mostrar pra gente um pouco. É a primeira vez que visito seu blog e já gostei muito do seu jeitinho de escrever, das suas divagações...passarei sempre! Um beijo de Carol (ex-cipóniana!)