domingo, 4 de outubro de 2009

De uma nota só

Foi em um papo com uma amiga que entende das coisas. Ela disse: que todos nós temos um tema. E eu pensei: como um refrão de música. Que se repete de tempos em tempos e tantas vezes que, quando nos damos conta, estamos cantarolando por aí.

E a amiga continuou: que o tema é tão forte que a própria pessoa faz tudo para provar para si mesma e para todos ao redor dela que ela está com a razão.

O tema é "vivo sozinha"?
O tema é "sou doente"?
O tema é "não tenho dinheiro"?

Ok, baby, então você fará de tudo para provar que tem razão. Vai consumir por impulso, vai detonar a própria saúde, vai afastar as pessoas. Tudo ali naquela base do inconsciete, é claro.

Putz, minha cabeça deu uma iluminada. Foi como um relâmpago, só que sem a escuridão de depois. Meus temas, claro: a enxaqueca. O mestrado que parece sem fim. A falta de dinheiro crônica. A amiga com quem briguei. O trabalho que já faço há dez anos e não sei como mudar. E outros, e tantos.

Por que a gente não consegue pegar um problema à unha e resolver até o fim?

"A vida é luta e desespero", disse a minha amiga. Na hora eu concordei, agora eu tenho dúvidas. Ah, mas que há os temas, há.

Um comentário:

Fernanda Leturiondo disse...

que existem os tais temas, ponto pacífico. ou alguém duvida? mas, também, que seria de nós sem nossos temas? péra aí.. os temas mais dos que nos definem, e porque nos definem de certo modo, são também culpados pelas cruciais questões que nos mandam à frente. e não falo de grande coisa, não, mas das pequenas reinvenções do dia a dia que nem nos damos conta, mas que ao longo de anos.. Eu olho pra trás pros meus temas dos 20 anos e, nossa!, quanta distância! mesmo a enxaqueca meu tema mais constante, pasme, não estava lá, era tão insignificante. olha, Nandíssima, eu não entendo nada disso, mas desconfio que nos agarramos a alguns problemas porque de algum jeito eles nos fazem fortes, também na base do inconsciente. nes´tante João me dizia que o mal dos feriados é serem tão esperados e que quando acabam, mais rápido que qualquer fim de semana comum, dá aquele tédio de não saber ainda pelo que esperar. eu, toda ‘mãe’, fui logo dizendo uma coisa de mãe: não fosse o tédio não haveria a euforia, meu filho. e ele fez uma cara de filho de 'ai que saco!'.
mas a vida não é só luta e desespero, a minha não que eu não quero e nem deixo. mas sei que nem todo problema se resolve a unha porque paraíso não existe, e nem seria tão bom assim.. mas concordo com resolver uns e mudar pra outros.. mas sem ilusões.. Leminski disse: .. problemas não se resolvem, problemas tem família grande, e aos domingos saem todos a passear, o problema, sua senhora, e outros pequenos probleminhas.

bjoquinha
só pra não perder o hábito: cheguei em casa ontem quase pra morrer de dor.. ó o desespero aí!