Boas idéias em educação

Graças ao meu trabalho na CIPÓ, hoje fiz o papel de integrante da Comissão Julgadora do Projeto Identificação II. Desenvolvido pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia, o Projeto provocou os alunos da Rede Estadual de Ensino a criar vídeos - três minutos de duração cada - que expressassem o tema "O meio ambiente que temos e o meio ambiente que queremos". Os três vídeos melhor pontuados pela Comissão Julgadora serão distribuídos, como material didático, para as  escolas da Rede Estadual.

Foram 25 vídeos, de diferentes cantos do estado, gente! Tinha "bombas"? Tinha. E tinha coisa legal, também (o meu preferido ganhou! Mas não posso contar de que cidade era, combinamos guardar segredo). O que quero dizer é: os estudantes estão produzindo, criando, inventando e, aos poucos, as escolas públicas estão se tornando um espaço para essas criações. Vale a pena explicar que esta foi a última etapa da seleção. Ou seja: em cada escola, podem ter sido criados mais de um vídeo, que foram selecionados até esta etapa da qual participei.

Dá pra se perguntar os motivos que levaram a Secretaria a fazer um concurso destes - afinal, educador tem horror a competição. Não teria sido mais fácil contratar uma produtora? Provavelmente sim. Mas o que a SEC conseguiu foi um material rico, quase um documentário composto por  visões múltiplas dos estudantes do interior do estado - os que estão no semi-árido, no litoral, no extremo-oeste, cada um com características culturais e problemas ambientais diversos. Isso, produtora nenhuma faria.

Acho que a SEC marcou um belo gol também em compor uma Comissão Julgadora diversa - não havia ninguém da própria Secretaria. Ao invés disso, membros de coletivos jovens, de organizações ambientais, governamentais e não-governamentais e da TV Educativa. Um puxava a brasa para a sardinha da coerência do discurso ambiental, outro para a qualidade do produto. Olhares múltiplos que garantem a diversidade necessária para que o negócio saia bacana.