sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Palhaços somos nozes

"Tiririca candidato afasta muita gente séria da política" é a chamada de capa do Correio de hoje ilustra a coluna de Jean Wyllis - colega que conquistou a minha admiração na Facom, repórter competente e a única pessoa que me fez assistir um BBBdo início ao fim. Por isso, me sinto à vontade para apresentar um ponto de vista alternativo ao dele em seu artigo "Palhaço é quem vota", na edição de hoje do jornal.

Causa-me espécie que a candidatura de nomes que ficaram famosos por seu currículo na área dos esportes e entretenimento - e Tiririca é apenas o exemplo mais citado  - sejam constantemente associados (quando não explicitamente apontados como a causa) da despolitização das gerações mais jovens e do descrédito da política. Fico aqui pensando se o movimento não seria o contrário: a candidatura e a eleição dessas figuras ser um sintoma da suspeita sob a qual todas as instituições - o Legislativo entre elas - foram colocadas.

Em outras palavras, não é Tiririca quem está ridicularizando a instituição da Assembléia Legislativa, ao tentar sua candidatura a Deputado Federal. A Assembléia Legislativa já vem fazendo isso muito bem sozinha, obrigado.

(E aqui, entramos naquele terreno pantanoso de "e quem coloca as pessoas lá?" "o povo!" "mas o povo não tem educação!" "não tem porque não são executadas as políticas públicas que lhe garantiriam esse direito etc". Ou seja, a questão é muito mais complexa. Fecha parênteses)

O voto em Tiririca é um voto de protesto? Sem dúvida. O brasileiro historicamente faz chacota da política e o voto de protesto é uma das formas de que se utiliza para fazer isso. As urnas eletrônicas  impossibilitaram que o voto nulo se tornasse também um espaço para essa manifestação de sátira - como no caso da "eleição" do Rinoceronte Cacareco.

Eleger um palhaço declarado como forma de protesto pode dar merda? Claro, tudo pode. O problema é que já há tanta coisa fedendo que há quem acredite que melhor do que tá, não fica.

2 comentários:

Ricardo Dib disse...

2222 é federal!
"Pior do que tá, não fica!"

É isso aí... assim caminha a humanidade(brasileira).

Anônimo disse...

Num país em que uma ex-terrorista é candidata a presidente, em que o presidente e o seu partido tem ligação com uma organização terrorista comprovadamente ligada ao narcotráfico, em que a tal candidata assina uma solicitação de emprego pra mulher de um traficante procurado em seu país de origem e que no Brasil é asilado político, a candidatura do grande Tiririca é coisa de somenos. Palhaço mesmo é quem não vê o (des)governo petista, em que a moralidade, a honestidade e a ética são desrespeitados diariamente e ainda tem a descabida ação de declarar seu voto abertamente pra tal corja de corruptos.
Dúvidas? veja aqui a veracidade do que é dito acima: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/relacoes-perigosas-as-farc-o-pt-e-o-governo-lula/